04 abril, 2011

Um ano a evocar Inês de Castro


Um ano a evocar Inês de Castro arrancam este fim-de-semana as comemorações dos 650 anos da Trasladação de Inês de Castro de Coimbra para Alcobaça, que se prolongam até 2 de Abril de 2011. Como não podia deixar de ser, Alcobaça, onde repousam os restos mortais da rainha póstuma, acolhe algumas das iniciativas do programa de comemorações, que passam ainda por Coimbra, Montemor-o-Velho, Lourinhã, Vila Nova de Gaia, Bragança, Leiria, Batalha e Galiza, onde nasceu aquela que viria a ser uma das aias de D. Constança, na altura mulher de D. Pedro.

A cerimónia de abertura das comemorações tem lugar na Sala do Capítulo do Mosteiro de Alcobaça  dia 3, pelas 15h00., Às 16h00, "Pedro, Inês e a dificuldade de amar" dá o mote a uma mesa redonda moderada por Maria João Avillez e com Ana Paula Laborinho, José Manuel dos Santos, José Miguel Júdice, Teresa Paixão e Suzana Borges como convidados. A tarde termina com uma ginja de honra, servida às 17h30.
Aquele que é simultaneamente um dos mais românticos e trágicos episódios da História de Portugal, motiva um conjunto de iniciativas “modestas mas transversais”. “Mais do que assinalar a trasladação, pretende-se, no fundo, reavivar um mito estruturante da História de Portugal e um dos principais temas presentes na Língua Portuguesa pelo mundo”, acrescenta.

Entre os pontos altos do programa, o responsável destaca o colóquio internacional sobre Inês de Castro a realizar em Março do próximo ano, a apresentação da colecção Outono/Inverno 2012 dos Storytailors, baseada em Inês de Castro. Ainda sem data marcada, o desfile deverá realizar-se em Alcobaça durante o Verão. Além disso, o Cistermúsica – Festival de Música de Alcobaça e o Festival das Artes da Fundação Inês de Castro, de Coimbra, são este ano dedicados ao tema “Pedro e Inês e as Paixões”.

Outras iniciativas se multiplicam pelas várias localidades que se associaram às comemorações, num programa que será conhecido à medida que o ano avança. “A ideia é que fique criada uma rota inesiana, com os diversos locais que estão ligados a Inês de Castro”, aponta Jorge Pereira de Sampaio.

31 março, 2011

Fernando Pessoa .

Considera-se que a grande criação estética de Pessoa foi a invenção heteronímica que atravessa toda a sua obra.  Os três heterónimos mais conhecidos (e também aqueles com maior obra poética) foram Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro. Um quarto heterónimo de grande importância na obra de Pessoa é Bernardo Soares, autor do Livro do Desassossego, importante obra literária do século XX
Através dos heterónimos, Pessoa conduziu uma profunda reflexão sobre a relação entre verdade, existência e identidade.
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Dizem que finjo ou minto

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!


A Riqueza - Miséria do Reino

"Toda a riqueza do Oriente passava apenas por Portugal e ía fomentar trabalho estrangeiro,que nos fornecia de todas as coisas.
As fomes sucediam-se e era necessário endividar-se a Coroa para comprar cereais no mercado da Flandres.
Em 1521 o aperto da fome foi tal que os pobres , correndo em bandos para Lisboa , caíram rendidos de forças pelas estradas, e ali jaziam sem sepultura. Em 1543 deviam-se na Flandres  somas enormes.
Tal a realidade que se encobria sob uma mascarada permanente : de dia eram os triunfos da rua e o rei passeando acompanhado de animais exóticos;eram os músicos e  cantores de todas as partes do universo,os cortejos em que luziam os rubis e os diamantes , as safira e as esmeraldas; onde se galhardeavam as sedas da Pérsia e os tecidos de Bengala,os veludos , as rendas, os anéis; de noite eram os folguedos no Tejo e os serões no Paço, afamados por toda a Europa...Entretanto,morria-se de fome sob os alpendres de Lisboa; eram estrangeiros os artífices , os barbeiros, os sapateiros ; muitos mil órfãos e viúvas de pereciam na ociosidade; e o fidalgote que se exibia na rua, com mula ajaezada de ouro e muitos lacaios agaloados, recorriam ao jejum de portas adentro. D. Manuel mandava procurar trabalhadores no estrangeiro e até bombardeiros e operários de construção naval. Muitos dos navios que se empregavam no tráfico não eram construídos no país..."( Breve Interpretação da História de Portugal - António Sérgio )

Causas da decadência dos povos peninsulares

Tais temos sido nos últimos 3 séculos: sem vida , sem liberdade,sem riqueza,sem ciência,sem invenção,sem costumes.Erguemo-nos hoje a custo, Espanhóis e Portugueses, desse túmulo onde os nossos grandes erros nos tiveram sepultados . Erguemo-nos mas os restos da mortalha ainda nos embaraçam os passos ,e pela palidez dos nossos rostos podem bem ver o mundo de que regiões lúgubres e mortais chegámos ressuscitados!
Quais as causas dessa decadência , tão visível, tão universal e geralmente tão pouco explicada?(...)
Ora esses fenómenos capitais são três, e de três espécies: um moral, outro político, outro económico.
O primeiro é a transformação do catolicismo, pelo Concílio de Trento.
O segundo,o estabelecimento do absolutismo, pela ruína das liberdades locais.
O terceiro, o desenvolvimento das conquistas longínquas(descobrimentos).
Estes fenómenos assim agrupados, compreendendo os três grandes aspectos da vida social, o pensamento, a política e o trabalho, indicam-nos claramente  que uma profunda e universal revolução se operou, durante o século XVI, nas sociedades peninsulares  .
Se fosse necessária uma contraprova, bastava considerarmos o facto contemporâneo muito simples: esses três fenómenos eram exactamente o oposto dos três factos capitais,que se davam nas nações que cresciam,se moralizavam,se faziam inteligentes,ricas e poderosas,e tomavam a dianteira da civilização.
Aqueles três factos civilizadores foram a liberdade moral,conquistada pela Reforma ou pela filosofia; a elevação da classe média , instrumento do progresso nas sociedades modernas e directora dos reis até ao dia em que os destronou; a indústria, finalmente,verdadeiro fundamento do mundo actual,que veio dar às nações uma concepção nova do direito,substituindo o trabalho à força, e o comércio à guerra de conquista.
Ora a liberdade moral, apelando para o exame de consciência individual,é rigorosamente o oposto do catolicismo do Concílio de Trento, para  quem a razão humana e o pensamento livre são um crime contra Deus.; a classe média, impondo aos reis os seus interesses , e muita vezes o seu espírito, é o oposto do absolutismo,esteado na aristocracia e só em proveito dela governado; a indústria, finalmente, é o oposto do espírito de conquista, antipático ao trabalho e ao comércio.  
Assim,enquanto as outras nações subiam , nós baixávamos .Subiam elas pelas virtudes modernas; nós 
descíamos pelos vícios antigos,concentrados,levados ao sumo grau de desenvolvimento e aplicação.
Baixávamos pela indústria, pela política. Baixávamos sobretudo,pela religião.(...) 
As causas ,que indiquei, cessaram em grande parte: mas os efeitos morais persistem, e é a eles que devemos atribuir a incerteza, o desânimo o mal estar da nossa sociedade contemporânea(...)
Gememos sob o peso dos erros históricos.A nossa fatalidade é a nossa história.
Que é pois necessário para readquirirmos o nosso lugar na civilização ? Para entrarmos outra vez na comunhão da Europa culta? É necessário um esforço viril,um esforço supremo: quebrar resolutamente com o passado. Respeitemos a memória dos nossos avós(...)

(Antero de Quental, Causas da Decadência dos Povos Peninsulares nos Últimos três Séculos)

28 março, 2011

Visita do Príncipe Carlos a Portugal

O príncipe Carlos e a sua esposa chegaram hoje a  Portugal.
As relações comerciais ,as energias renováveis e o mar são os temas da viagem.
Hoje ele e a sua esposa foram recebidos pelo presidente Cavaco e Silva , no Palácio de Belém e ainda visitaram a Base  Naval do Alfeite.
Hoje à noite será oferecido um banquete no Palácio de Queluz.
Amanhã,estão previstas as visitas a Sintra e a Évora e depois seguirão para Espanha

História de uma folha de Trevo

Arquivo de Fotografia - trevo, flor. fotosearch 
- busca de fotos, 
imagens e clipartEra um Trevo que sonhava ser uma Rosa.
Ninguém queria a folha de Trevo.
Um jardim de Rosas murchou.
Um dia  uma criança apanhou a minha folha de trevo tendo-a colocado no seu livro.
Assim a Flor de Trevo ficou eternamente no seu livro!